domingo, 15 de dezembro de 2013

O fim do fim

Alguns o enxergam como um caso: curto, intenso, deixa sem dormir, sem comer ou faz comer até demais! Outros enxergam nele um filho que será defendido com unhas e dentes das garras de gente perigosa, como uma leoa defende o seu filhote. Eu apenas o vejo como o TCC. 
Há poucos meses eu chamei essa aventura de "O fim está próximo". E agora, pouco tempo depois, é, finalmente, "O fim do fim". E nesse curto espaço de tempo, as três temidas letras, "TCC", foram o principal e praticamente único assunto das rodas de conversa, dos cochichos de corredores. E agora acabou.
É engraçado como a gente briga, se estranha, fica preocupado, escreve, corrige, reescreve, corrige de novo, re-reescreve e chega a uma conclusão que, no mínimo, no mínimo, parece sensata. E é isso que faz o esforço valer a pena.
Para mim, esse trabalho todo é a materialização de algo no qual eu acredito, algo que eu gosto, algo que eu quero para a minha vida. É o primeiro passo de um novo velho sonho que parece, mesmo que ainda sem forma, se tornar real.
Definitivamente é o fim de um ciclo. Mas também é o começo de outro. Ou outros. E que venham muitos outros ciclos, embora cada fim me deixe com os olhos cheios de lágrimas. Sim, estou terminando a Faculdade e isso soa tão adulto. Mesmo que eu ainda tenha medos infanto-juvenis (para não dizer completamente infantis).
Estou deixando para trás aquelas paredes, outrora secas e sem graça que se tornaram coloridas com cartazes e fotos, aqueles laboratórios de onde vieram tantos trabalhos bons, outros nem tanto, reuniões de pauta, discussões (amigáveis ou não), professores, funcionários, colegas de outros anos... É a primeira vez, em toda a minha vida, que estou me desvinculando completamente da UFPA e talvez isso seja o que me doa mais.
Juro que se pudesse voltar no tempo eu... Não, eu não faria nada de diferente. As coisas são como elas devem ser e não podemos mudar isso. O que podemos fazer é deixar as experiências ruins e carregar conosco as coisas boas.
Apesar de passar um ano inteiro dando "graças a Deus" por estar terminando a Faculdade, eu vou sentir saudades de tudo que foi bom que aconteceu lá. E vou sentir saudades das pessoas legais que eu sei com quem dificilmente manterei contato após a formatura. E eu vou sentir saudades dos nossos risos jovens, deliciosos, sonhadores. Sim, sonhadores, porque o meu maior medo é perder a capacidade de sonhar que a gente criou nos últimos quatro anos.
Quatro anos voaram né? E parecia tudo tão longe, nossos medos não eram medos, eram só... Hipóteses? E agora nossos medos dividem uma linha tênue com as nossas expectativas. E a nossa insegurança anda lado a lado com as nossas perspectivas futuras.
Logo, logo estaremos encarando um de nossos muitos medos: defender nosso caso ou o nosso filho de uma banca assustadora, que parece querer nos destroçar, destroçar nossos sonhos e fazer parecer com que nossas noites mal dormidas foram em vão. E vamos lutar, com unhas, dentes e fundamentos teóricos para provar que estamos certo e que todos os esforços do mundo valeram a pena.
E espero que esse desafio nos encoraje a encarar os próximos, cada vez mais fortes e confiantes. E que nos permita ir cada vez mais longe.

sábado, 24 de agosto de 2013

O fim está próximo

Quinta-feira eu fui à solenidade de formatura da turma de Medicina da UFPA. Meu namorado ficou emocionado porque há um ano ele se formou. Eu fiquei emocionada porque daqui a uns cinco meses serei eu a me formar.
Ok, eu realmente tenho dito "graças a Deus" toda vez que alguém diz "ah, então tu terminas o curso no final do ano" porque não consigo mais conviver com algumas pessoas da faculdade. Mas também sinto alguma nostalgia tomar conta de mim desde já. Acho que eu escrevi sobre essa sensação quando cheguei na Universidade esse ano , no dia da Aula Magna dos calouros de 2013. 
Na verdade, no momento, o que eu sinto é menos nostalgia e mais desespero. Eu e meus colegas de turma temos uns três meses para estudar, escrever, entregar e apresentar o tão temido Trabalho de Conclusão de Curso, o TCC. Queria poder dizer pra gente ficar calmos, que tudo vai dar certo, mas eu não consigo. Sinto que vou entrar em pânico toda vez que olho para os meus livros. 

Fora esse pânico e fora algumas pessoas, não tenho do que reclamar da Faculdade. Embora eu nunca tenha ido pra um churrasco da turma ou achar que não vivi tudo o que poderia ter vivido ali, aprendi um bocado de coisas, principalmente no que diz respeito a se virar sozinha. Ou com uma boa equipe. Ou, o que é melhor, com bons amigos. 
Amigos são um caso a parte naquela Faculdade. Têm os que já se formaram, têm os que vão se formar só no ano que vem, os de outros cursos... Mas os que têm sido mais importantes são aqueles que vão formar junto. Mesmo alguns não tão próximos como antes, a gente se entende, sabe do mesmo desespero. Desespero tem sido palavra de ordem pra minha turma de 2010 HAHAHA.
Enfim, eu só queria desejar boa sorte e bons estudos aos meus amigos e colegas. Dizer que serão meses tensos, o fim está chegando. O fim de um ciclo de nossas vidas que, com certeza, vai deixar muita saudade.

sábado, 10 de agosto de 2013

Pausa para reflexão sobre relacionamentos

Y pienso que si no existes yo me muero,
 que en mi cabeza había un sueño y que se ha hecho realidad.
Y quiero contarle al mundo entero
que tu vida es lo que quiero, y que tu eres mi mitad.
(La suerte de mi vida- El Canto del Loco)

Até outro dia eu não entendia como as pessoas poderiam querer ficar umas com as outras para sempre, mesmo namorando por pouco tempo, mesmo se conhecendo por menos ainda. Até três meses atrás eu não sabia o que era "estar em um relacionamento sério".
Sempre acreditei que bastava duas pessoas se gostarem para ficarem juntas. Fim da história. Na prática não é bem assim: relacionamento sério não é sempre um mar de rosas, tampouco regado à vinho e queijo como nos filmes. 
Aliás, é engraçado como nos filmes o casal principal sempre tem algum (ou alguns problemas) por fatores que não envolvem eles. Um recado não dado, um relógio atrasado, um vilão (ou vilã) armando para eles não se encontrarem nunca... Acho que é por isso que eu gosto tanto dos filmes "Antes do amanhecer", "Antes do pôr-do-sol" e "Antes da meia-noite": o casal principal é real, eles se conhecem, se apaixonam e, no último filme (atenção, spoiler), brigam horrores. 
Nos últimos meses também percebi que até aqueles casais que parecem ser os mais perfeitos têm os seus problemas. E que, às vezes, são realmente grandes problemas. Confesso que fico pensando se as minhas discussões com o namorado não são mínimas perto de tanta coisa que eu sei sobre os outros, mas aí percebo que cada um é cada qual. E cada qual tem os seus problemas e a sabe a grandeza ou não deles. 
A verdade é que eu parei meus trocentos trabalhos pra refletir por dez minutos onde eu fui me meter quando aceitei namorar. Sabe como é, vinte anos no clima "hoje eu tô solteira e ninguém vai me segurar", a gente acostuma e custa a entender que as coisas mudaram.
A outra verdade é que eu nunca me arrependi  de ter aceitado namorar com ele. Ao contrário, acho que nunca fui tão feliz com alguém do meu lado. Digo que ele é "la suerte de mi vida", como na música do El Canto del Loco. 
E a terceira, e última, verdade é mais uma conclusão sobre esses dez minutos de reflexão: 1) agora entendo porque os casais acreditam que vão durar para sempre, afinal, parece que a gente não precisa de mais ninguém se quem tá do nosso lado nos completa, nos abraça, nos entende; 2) estar em um relacionamento sério é um dos maiores aprendizados da vida, porque envolve conhecer o outro e, principalmente, se conhecer. 

sábado, 22 de junho de 2013

O gigante acordou. E agora?

Acho que as manifestações que estão ocorrendo pelo Brasil são um ótimo assunto para eu tirar a poeira desse blog e tentar manter a velha promessa anual de manter o espaço atualizado. Então, já que tá todo mundo dizendo o que pensa, vamos lá dizer o que eu acho.
Dizem que a história dos $0,20 foi a gota d'água para que todo mundo fosse pras ruas reivindicar os seus direitos, que inclui saúde, educação, segurança, transporte de qualidade... Enfim, todos esses direitos que as pessoas precisam para uma vida digna. A história de São Paulo se espalhou por todo o Brasil em uma semana. Todas as capitais começaram a ter movimentos que foram às ruas levar os seus cartazes e mostrar o que querem e tals. Legal, nossa geração não é tão acomodada e passível como dizem.
Mas eu pergunto: e agora? Faz o que?
Acho que continuar saindo por aí e fechando o trânsito é uma maneira de mostrar que o povo está incomodado, mas não só. Acho que as organizações precisam justamente se organizar para ter alguma representatividade, seja como partido político, seja como organização mesmo interessada em defender os direitos dos brasileiros. Não adianta, alguém vai ter que 'ser a cara' do movimento. E, adivinhem, não é possível agradar gregos e troianos, afinal, somos todos diferentes, com interesses e prioridades diferentes.
Em segundo lugar, vou aqui dividir uma opinião de um sociólogo espanhol que eu já tinha postado no Facebook: "Para ele [Castells], as mobilizações serão derrotadas se aderirem a práticas violentas. 'Se agirem com violência, irão perder sempre, porque o sistema sempre será muito mais violento do que qualquer contra-violência que o movimento possa adotar". O texto completo tá aqui e acho que vale muito a leitura. 
Por último, mas não menos importante, quem são essas pessoas que estão indo às ruas? Sério, conheço alguns desses que estão levantando bandeira, mas que não devem nem arrumar a cama quando acordam. Gente que não tem respeito pelos colegas que apresentam trabalho na sala aula e que tampouco respeita a sua opinião, caso tu tenhas ideias contrárias. Acho que fica difícil acreditar em um movimento com pessoas assim.
No mais, acho que além do Gigante, acordou também uma Esperança que sempre esteve presente em cada um de nós. Uma Esperança de que é possível mudar as coisas, fazes história e construir um país melhor. 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

E os nossos sonhos?

E eu que sempre sonhei em voar
Só queria sobreviver
(Quando fui Fred Astaire - Jay Vaquer)

Hoje foi a Aula Magna dos Calouros 2013 da UFPA. Cheguei na Universidade e vi um monte de carinhas felizes e cheias de sonhos. Bateu um aperto no peito. Acho que maior do que os anteriores porque está caindo a ficha que faltam apenas dois semestre para a formatura.
E passei o dia pensando, com meus botões e alguns amigos, "em que curva da vida eu fui para um lado e os meus sonhos foram para o outro?".
É engraçado como a gente se perde quando começa a crescer. E esquece de todos os nossos sonhos, desejos e vontade de mudar alguma coisa no mundo. Parece que a gente é puxado pro mundo real, se automatiza e passa a se preocupar apenas com as datas de entrega dos trabalhos, as tarefas do estágio, as provas, os professores que parecem ter saído do inferno para... infernizar as nossas vidas.
E em quantas aulas nós paramos pra prestar atenção e perceber a importância de tudo o que está sendo dito? E em quais momentos sentimos satisfação de fazer parte de um trabalho? 
Sinto falta de mim mesma, não sei se mais alguém sabe como é isso. 
E sinto falta de ter coragem de mudar o caminho, voltar para a estrada principal e buscar os sonhos que foram para o outro lado.
Será que ainda dá tempo?

terça-feira, 26 de março de 2013

Poetize-se #1

Aprende a ficar quieta e evitará metade dos teus problemas. 
Ao invés de fingir que não se importa, deixa de realmente se importar. 
Por mais que seja difícil deixar pra lá quando se acredita que é algo que realmente é importante.

Aprende a separar o passado do presente. 
O que é lembrança boa para ti deve ser algo fora de contexto para o outro. 

Aprende a esquecer. 
Ou esquece de lembrar. 
O que está feito está feito e não existe discussão no mundo que mude isso.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Sobre o Oscar

Domingo chuvoso, noite de Oscar. 
Acho que o único resultado que me interessa é quem vai ganhar em "melhor animação". Estou torcendo muito por "Valente". Me apaixonei pelo filme e tô tentando, desde então, transformar esse sentimento em um resultado concreto de alguma coisa. Provavelmente um trabalho acadêmico. 
Não tenho como fazer apostas para o Oscar, afinal, não acompanhei os filmes concorrentes. Assisti "As aventuras de Pi" e gostei. Mas depois fiquei chateada com a história de que Yann  Martel, autor do livro "Life of Pi" foi acusado de plagiar o livro "Max e os felinos", do Moacyr Scliar. Li, mas não sei se é verdade, que o autor de "Life of Pi" disse que a ideia do livro foi 'mal aproveitada pela autor brasileiro'. Agora, já li que ele partiu da mesma premissa de Scliar e inseriu uma nota sobre isso no começo do livro. 
Acho que fiquei chateada por não ter lido a história do Scliar antes. Conheci o trabalho desse autor na escola, lamento não ter buscado outras coisas na época. Ou agora. Acho que realmente preciso buscar mais informações sobre meu lugar de origem. 
Todo mundo fala sobre o filme "Amor". Morri de vontade de assistir quando estreou, mas depois muita gente me disse que é triste, depressivo, não-recomendado para quem tem parentes idosos etc etc. Desisti da ideia. Segui as recomendações. Talvez esse não seja o momento para assistir um longa desse tipo.
Ah, também estou torcendo (e muito!) pela Anne Hathaway. Ela está concorrendo na categoria "melhor atriz  coadjuvante" em "Os miseráveis". Também não assisti ao filme, mas torço porque sou fã e admiro muito o trabalho dela. Isso inclui desde "O diário da princesa", passando por "O diabo veste Prada" até "Amor e outras drogas", que eu assisti de novo ontem. Tem também um outro filme em que ela é uma patricinha que se envolve com gangues, cujo nome eu não vou lembrar agora.
Falta pouco para a cerimônia começar. Ficam aqui meus poucos e sinceros palpites. E que eu esteja mais informada na premiação do ano que vem.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Sobre o CsF e outras coisas

Outro dia fiquei pensando, com meus botões e com uns amigos, que a nossa geração é, provavelmente, a que mais passou por despedidas de amigos que foram para intercâmbio. Lá na Faculdade, conheço vários que estão fora do país, aproveitando a oportunidade de morar sozinho em um país estrangeiro. Um dos meus melhores amigos também está passando por isso, do outro lado do oceano.
Acho que viajar é uma das experiências mais incríveis que a gente pode viver. Ter a oportunidade de morar por um longo período de tempo em outro lugar, então! Atualmente, o Ciências sem Fronteiras é um dos responsáveis por mandar estudantes pra fora do país. De acordo com o site oficial do governo, o CsF é "um programa que busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional." (Olha lá: Ciências sem Fronteiras).
Louvável a iniciativa do governo, certo? Sim. Mas até que ponto? Quer dizer: estudantes brasileiros estão por todo mundo estudando e aprendendo novas coisas, com bolsas pagas pelo governo, entenda, com o nosso dinheiro arrecado por meio de impostos. E qual o nosso retorno nessa história toda? 
Se daqui a dez anos essas pessoas que foram para o intercâmbio ajudarem a erradicar a pobreza, melhorar os postos de saúde da cidade, promover uma sociedade igualitária etc etc, irei aplaudir de pé os retornos, mesmo a longo prazo, da proposta. Agora, se nada disso acontecer, traz todo mundo de volta e investe na educação aqui dentro!
Discuto sobre o programa, mas isso é algo que eu vejo desde que eu entrei na faculdade: gente que desperdiça a chance de estudar em uma instituição pública e não valoriza que o dinheiro que banca elas ali dentro é fruto de uma enorme arrecadação de impostos, de gente que, mesmo sem saber, espera que a graduação ou pós nos torne capazes de melhorar o país em que vivemos.
E por essas e outras razões que precisamos fazer as coisas também pensando nos outros, ainda mais quando o assunto envolve dinheiro público. Do contrário, estaremos apenas nos beneficiando do dinheiro dos outros, como fazem os políticos do Congresso Nacional que tanto criticamos.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Aos calouros, com carinho

Acho que em 2030 eu vou ouvir o listão da UFPA e me emocionar como se fosse a primeira vez. Aliás, como se eu estivesse esperando o meu nome ser lido pelos locutores de rádio. Sinceramente, não consigo lembrar de emoção tão grande, doce e feliz como aquela de saber que fui aprovada no vestibular.
É bom, né? Saber que todas as horas intermináveis de estudo valeram a pena. E aproveitar a festa, então? Beber, pular, cantar, gritar, sorrir, abraçar as pessoas, ficar sujo na porta de casa... 
Então, calouros UFPA 2013, sejam bem-vindos. E aproveitem ao máximo o ensino oferecido pela Universidade, professores e colegas de curso. Em especial, sejam bem-vindos os calouros de Comunicação Social (Jornalismo e Publicidade e Propaganda), espero conhecer todos em breve e mostrar o que temos de melhor!
No mais, dicas de leitura sobre o tema (((: