Eu estava frustrada com a minha vida. Sem estágio, sem namorado, sem um foco na vida acadêmica, sem dinheiro, sem vontade de sair com as pessoas... Me sentia extremamente desmotivada. Você já se sentiu assim? Um inútil? Sabe quando você sente que todos a sua volta estão bem, felizes e você só queria dormir e esquecer de tudo?
Pois é, passei por isso recentemente.
E quando aquela angústia apertava o meu peito de tal forma que eu não podia mais aguentar, fiz a coisa mais sensata desde o início: conversei com a minha mãe.
Tem gente que pode achar careta 'conversar com a mãe' e que o ideal seria conversar com os amigos e tals... Mas minha mãe também é minha melhor amiga. Ela sabia que eu não estava bem, mas não forçou a barra, ela só me deixou falar e chorar. Riu um pouco, mas depois me aconchegou no braço dela e disse que estava tudo bem.
Sim, eu estava fora de controle, fazendo uma tempestade em copo d'água. Mamãe me fez perceber que eu tenho sorte por poder estudar e não precisar fazer das tripas coração pra ganhar o pão de cada dia. Disse que se eu não estivesse gostando do meu curso, eu podia mudar, ela me apoiaria. Ela também me fez recuperar o auto-controle e pensar no que realmente é importante. Mamãe é tão legal, sem palavras pra descrever o quanto ela é importante.
Queria muito dizer que no dia seguinte minha vida mudou, eu consegui um estágio, o cara que eu gosto veio me pedir em namoro, minha vida acadêmica vai ser espetacular e agora eu vejo meus amigos todos os dias. Nada disso aconteceu. E nem por isso eu morri. E não é porque eu não tenho nada disso que eu vou morrer.
Mamãe tem esse dom de fazer lembrar como existem coisas tão comuns e tão pequenas mais importantes do que outros milhões de coisas. Assim, ter o que comer, onde dormir, onde estudar, quem amar e ser amado por alguém... Tudo isso tão rotineiro nas nossas vidas que a gente nem percebe a importância que tudo isso tem.
Não quero dar lição de moral em ninguém, nem dizer que você não deve ter ambições e viver como se dinheiro não fosse importante. Só queria dizer que eu, bem, eu aprendi, ou melhor, eu estou disposta a aprender a importância de pequenas coisas. E mais do que isso: valorizar essas pequenas coisas.